Leituras da vida

12 de janeiro de 2022

Leituras da vida

2Quanto a mim, porém, quase me resvalaram os pés; pouco faltou para que se desviassem os meus passos. 3Pois eu invejava os arrogantes, ao ver a prosperidade dos perversos… 17até que entrei no santuário de Deus e atinei com o fim deles”.

Salmo 73. 2, 3 e 17

            Já ouvi de psicólogos e de pessoas que passaram por tratamento psicológico o termo “leitura da vida”. Tem a ver com a forma como a pessoa encara as circunstâncias da vida e de como enxerga o seu cotidiano. Num sentido mais profundo, a leitura da vida também tenta explicar de onde viemos, quem somos, por que existimos, por que passamos por determinados problemas e para onde vamos depois da morte.

            Para alguns estudiosos é possível afirmar que nossa “leitura da vida” controla todos os nossos passos, influencia diretamente nas tomadas de decisões e faz com que a pessoa viva de acordo com o que acredita. Por isso, alguns resumem ou traduzem sua leitura da vida em, usando metáforas, onde, para uns, a vida é uma roda gigante – ora você está em cima ora em baixo –, para outros, a vida é uma festa, um circo, um teste e várias outras metáforas.

            Da mesma forma, Asafe, o autor deste Salmo, leu a vida do ponto de vista do senso comum. Inicialmente, ele achou que era inútil conservar puro o coração (v.13), pois os perversos e arrogantes supostamente eram mais felizes e prósperos. De muitas formas fazemos o mesmo que o salmista. Ao lermos a vida olhando para os bens dos outros, sua saúde e forma de vida, e, por vezes, também pensamos ser vã a manutenção da nossa fé e santidade.

            A frustração do salmista durou até o momento em que ele entrou “no santuário de Deus” e percebeu quão efêmera é a prosperidade dos perversos (v.17). Entrar no santuário significa que Asafe se colocou na presença de Deus, buscou ensinamentos nas Escrituras, passou mais tempo com o Senhor em adoração e participou de uma comunidade de adoradores.

Para uma correta leitura da vida precisamos ver as coisas e o mundo da maneira que Deus as enxerga, e, para isso, precisamos ter uma vida de comunhão com Deus, buscando sua face continuamente em oração e leitura das sagradas Escrituras, vivendo também em comunhão com a sua igreja, participando das alegrias e sofrimentos dos irmãos.

Presbítero e seminarista Ricardo de Souza Gaúna

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