Mulheres benditas
13 de maio de 2023

“E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada.”
Gênesis 2.23
Neste dia especial em que mulheres especiais são lembradas, quero, além de lhes render homenagem pela bênção da maternidade, destacar três mulheres que se tornaram mães em situações especiais; não só para a humanidade, mas para o povo de Deus em toda história, pois foi o próprio Deus quem assim as privilegiou.
Primeiramente, Eva, “por ser a mãe de todos os seres humanos” (Gn 3.20). Eva foi o segundo nome que ela recebeu de Adão, seu marido. Por que dois nomes? Foram dois momentos. Duas situações que fizeram (e fazem) toda diferença pra humanidade até hoje. Isto por que seu primeiro nome – varoa, lhe foi dado, penso eu, num dos momentos mais belos e românticos que já existiu. Foi quando Adão viu sua mulher pela primeira vez. Naquele momento de extasiante felicidade, Adão percebendo sua íntima ligação com aquela mulher; que fazia parte do seu ser e veio para lhe completar a vida, com satisfação e felicidade, revela seu lado romântico, lhe fazendo o primeiro poema registrado na história da humanidade. Talvez, seja até por isso que mulheres, normalmente, gostam tanto de poesia. E de forma singular, foram as únicas palavras registradas de Adão na Bíblia antes de pecar; e o primeiro poema de um homem para uma mulher. Foi belo e perfeito, pois brotou do seu coração ainda não manchado pelo pecado. E Eva se tornou mãe de toda humanidade.
A segunda mulher é Sara, mãe do povo com o qual Deus fez uma aliança, o povo hebreu. Deus chamou Abrão e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Fazer dele uma grande nação, e a partir do filho dela, abençoar todas as demais nações da terra. Abrão não gera filhos e sim sua mulher. Em Gn 17, Deus munda o nome de Abrão (pai exaltado) para Abraão (pai de multidão) e o de Sarai (princesa) para Sara (nobreza). Seus primeiros nomes apontavam para si mesmos, mas os novos nomes apontam para o que Deus faria a partir deles. Sobre eles tentarem dar um jeitinho através de Agar e Ismael é uma outra história, onde mais uma vez vemos o que acontece quando tentamos resolver sozinhos e não esperamos o agir de Deus. Em Gn 3.21 Deus foi bem claro “A minha aliança, porém, estabelecê-la-ei com Isaque, o qual Sara te dará à luz, neste mesmo tempo, daqui a um ano.” E Sara se tornou a mãe do povo hebreu.
E, por fim, Maria. Que se tornou mãe dAquele que nos deu a oportunidade de sermos chamados de filhos de Deus (Jo 1.12) . Sabemos que havia uma história se desenrolando. No Éden Deus havia prometido que Um descendente da mulher viria esmagar a cabeça da serpente (Gn 3.15). Deus disse a Abraão que Sua descendência abençoaria as nações da terra (Gn 12.3). Das tribos de Israel, Deus escolheu Judá e de suas terras em Belém, escolheu uma jovem para cumprir seu plano (Lc 3.34). Dentre várias moças foi Maria a favorecida. “Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus.” (Lc 1.30-31).
As históricas discussões sobre sua maternidade já foram esclarecidas e definidas nos concílios cristãos dos primeiros séculos (Éfeso, Calcedônia e Constantinopla) e J.R. White resumiu bem pra nós: “Ela foi usada para trazer o (Deus) Encarnado ao mundo, mas ela não adicionou algo ou trouxe à luz o Filho Eterno que veio ao mundo através dela. Seu filho era totalmente divino (por conseguinte, ela é theotokos), mas ela mesma não produziu a divindade de seu Filho. Por esta razão, não há nada sobre o termo theotokos que de alguma forma exalte Maria, mas somente Cristo.” E Maria se tornou a privilegiada mãe, portadora do Filho de Deus encarnado.
Mulheres mães, privilegiadas por Deus: Eva, a varoa, Sara e Maria. Elas têm mais afinidades com as mulheres mães de hoje do que imaginamos. Todas elas geram filhos e filhas a quem amam e cuidam. São todas privilegiadas por Deus para serem “pró-criadoras” com Ele, ou seja, trazerem ao mundo novos homens e mulheres que são a obra prima da criação de Deus (Sl 8.4-5).
Parabéns mamães por tão preciosa dádiva e privilégio. Mas, sobretudo, saibam que, embora seja grande o amor de mãe, o imenso amor de Deus, expresso na entrega de Seu próprio Filho (Jesus Cristo) para nossa redenção e salvação, é oferecido a cada uma de vocês mamães, e se estende a cada filho e filha também.
Reverendo Edilson Martins