O servo bom e fiel

31 de janeiro de 2022

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Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”

Mateus 25:21 e 23

Refletindo regularmente acerca da esclarecedora e inspiradora pastoral “Sobre o uso (ou não) do seu dom espiritual”, de autoria do presbítero Kleber Cavalcante, cujo notório dom do ensino tem sido poderosamente utilizado por Deus na edificação da nossa amada igreja, e certamente na vida de outros que têm tido o privilégio de direta ou indiretamente aprender com ele, muito o Senhor tem acrescido ao meu entendimento acerca de como servi-Lo com fidelidade.

 E em minha busca por um contínuo amadurecimento espiritual, que culmina no trabalhar pelo Reino de Deus, e sabendo que muito ainda preciso aprender para progredir no realizar, regularmente tenho ouvido e lido acerca deste importante tema – primordialmente, claro, na Palavra, por meio da qual temos o privilégio inefável de sermos ensinados diretamente pelo Mestre dos mestres, o nosso lindo Senhor Jesus Cristo.

E, em minhas pesquisas, deparei-me com a providencial exposição do reverendo Hernandes Dias Lopes, “A necessidade de se prestar contas”, que veio somar-se ao valioso conteúdo que o Senhor nos tem trazido, por meio dos pastores e presbíteros de nossa igreja, acerca da importância de todo cristão genuíno – nascido da água e do Espírito, arrependido de seus pecados, lavado e remido pelo poderoso sangue do Senhor Jesus vertido na cruz –, empregar todos os dons e talentos recebidos por Ele em prol da expansão do Seu Reino.

E trabalhar no Reino de Deus implica, inevitavelmente, servir na igreja com esses valiosos presentes espirituais que o Senhor tem dispensando ao seu amado povo.  Sim, dom e talento são presentes que, para serem devida e eficazmente utilizados, precisam do indispensável auxílio de seu Soberano doador (João 15:1-8). E é incontestavelmente na comunhão dos santos, a despeito das controvérsias ressoantes, que essas ferramentas que nos foram presenteadas são meticulosamente lapidadas, aperfeiçoadas pelo próprio Senhor para se tornarem aptas para o serviço.

Certamente, servir no Reino de Deus consiste em, pela nossa transformação pessoal, obra que o Espírito Santo realiza em nós através de uma contínua e progressiva renovação da nossa mente, manifestar Jesus em nossa vida por meio do nosso procedimento diário para com o próximo – não nos amoldando aos valores mundanos (Romanos 12:2) que, muitas vezes, se travestem de lícitos, mas que, à luz da Palavra, são radicalmente opostos à santidade do Criador eterno e imutável – e, juntamente com nossas palavras, ações e reações, pregarmos a salvação por meio da fé na obra suficientemente redentora do Senhor Jesus na vida de todo aquele que nEle crê.

Sabemos, meus irmãos, que viver Cristo e pregá-lo com a própria vida é uma obrigação de todo cristão, de todo aquele em cujo coração há um regozijo indescritível, proveniente da alegria da salvação da ira vindoura. Mas o colocar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça só será possível àquele que, além de temer ao Salvador, que “efetua em nós tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua boa vontade” (Filipenses 2:13), se relacionar intimamente com Ele na mesma proporção com que o teme, deleitando-se em seus ensinos, falando-Lhe sinceramente em oração, arrependendo-se diariamente de Seus pecados e, consequentemente, submetendo-se à Sua soberana vontade.

Os que assim procedem compreendem de forma mais clara o que significa a afirmação “Deus é amor”, pois, inevitavelmente, veem sua vida de oração ser composta, em sua maior parte, pela gratidão, pela intercessão pelo próximo – familiares, amigos, irmãos em Cristo –, pelo constante clamor por um ininterrupto crescimento espiritual e pelo aperfeiçoamento dos seus dons, tantos quantos o Senhor o concedeu; e, em se tratando do nosso poderoso Deus, um é o bastante, conforme convém à Sua onisciente sabedoria e vontade (Mateus 25:24-30).  

E o que é o desejo e a busca por um progressivo amadurecimento espiritual se não o mover do Espírito Santo, a expressão de um coração que se encontra em uma comunhão verdadeira com o Senhor, cujo amor, manifesto por Sua graça, nos leva a querer mais dEle em nós e menos de nós em nós mesmos  para melhor servi-Lo(João 3:30)? É o amor dEle em nós sendo amadurecido, para aprendermos a amar como Ele quer que amemos.

Os que desfrutam de um verdadeiro relacionamento com o Senhor, meus irmãos, vocês sabem, são comparados na Palavra a uma árvore frutífera de folhas verdejantes, porque está plantada junto a ribeiros de águas. Ou seja, ele segue prosperando em suas realizações (serviço), de acordo com os desígnios de Deus (Salmo 1) e se torna um poderoso instrumento do Senhor na vida daqueles que Ele deseja alcançar e edificar por meio do testemunho de uma vida consagrada a Ele, com dons e talentos abençoados por Ele.

Aqueles que temem a Deus e o amor dEle é crescente em seu interior ouvem continuamente a Sua voz de forma inconfundível, sendo conduzidos pelo Supremo Pastor a buscar sempre, em primeiro, lugar o Seu Reino e a Sua justiça (Mateus 6:33 ). Esses, pela graça, lutarão perseverantes o “bom combate” para que a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1 João 2:16) não os impeçam de servir ao Senhor com fiel alegria, enquanto Ele lhes capacita para fazer o melhor uso dos dons e talentos que lhe foram concedidos, para a expansão do Seu Reino, para a honra e para a glória do Seu santo nome.

Desta forma, a oração “Venha o teu Reino, seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”, estará sempre na mente, no coração e nos lábios do servo “bom e fiel” que, em espírito e em verdade, viverá em constante adoração a Deus por meio de suas obras, sendo levado pelo Espírito Santo a ratificar continuamente a resposta “Eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6:8). Ele servirá dentro e fora das paredes da igreja visível, cônscio de que, em Cristo, os seus pecados estão perdoados e, pela fé e pelo Seu poder, está apto para servi-Lo. Como Moisés, ele rogará “Confirma sobre nós as obras das nossas mãos”, e com todo o seu ser ansiará pelo dia em que ouvirá “foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25:21).

Com esse humilde entendimento, amados irmãos, não rogo apenas por mim, mas regularmente intercedo por todos nós, para que o Senhor nos conceda abundante graça, não apenas para, com discernimento, reconhecermos os nossos talentos e dons espirituais e os usarmos com poder em Sua obra – com o importante auxílio dos nossos líderes tementes –, mas para que sejamos sempre levados pelo Santo Espírito a buscarmos no Senhor a capacitação necessária para que em todos os dias de nossa peregrinação aqui nesta terra, onde quer que estejamos, glorifiquemos a Deus com nosso testemunho de vida.

Por Elizângela Isaque

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