Quão forte você é?
20 de junho de 2021

5Desceu, pois, com seu pai e sua mãe a Timna; e, chegando às vinhas de Timna, eis que um leão novo, bramando, lhe saiu ao encontro. 6Então, o Espírito do Senhor de tal maneira se apossou dele, que ele o rasgou como quem rasga um cabrito, sem nada ter na mão; todavia, nem a seu pai nem a sua mãe deu a saber o que fizera”.
Juízes 14
Em uma das mensagens do pastor presbiteriano Ageu Magalhães, ele fez a seguinte pergunta: Você se acha uma pessoa forte? É uma pergunta intrigante. E para facilitar nossa vida, precisamos entender que não se trata de uma força como a dos lutadores de MMA, dos estivadores, dos trabalhadores do campo, da construção civil ou dos combatentes de operações especiais, mas uma força no sentido de resistência aos problemas; uma qualidade descrita no mundo corporativo como resiliência, que é ter a capacidade de passar por problemas com a cabeça erguida. É necessário destacar que não é esse tipo de força que Deus espera de nós, pois existem ateus que conseguem passar por problemas e se manterem firmes e resistentes, seja em suas atividades pessoais ou nas profissionais.
Ao lermos o livro de Juízes podemos observar que Sanção era o homem mais forte da Bíblia, mas fraco espiritualmente. Embora pudesse matar um leão com as mãos vazias, enfrentar vários homens ao mesmo tempo e sair vitorioso, ele não conseguia se manter firme na lei de Deus. Ele era fraco em relação às mulheres – diferentemente de José na casa de Potifar – e à bebida, coisa da qual um Nazireu, como era sua condição, deveria se abster. Ele também se ressentia e era vingativo diante dos escárnios dos homens.
O texto do capítulo 14 de Juízes nos mostra que ser forte diante de Deus é ter domínio próprio (temperança), coisa que Sanção não tinha, pois ele era impulsivo e vingativo, ou como se diz em nossos dias, tinha o pavio curto. Ser forte espiritualmente é ter humildade para aceitar críticas e discordâncias, coisa que Sansão não o fez. E, por fim, ser forte espiritualmente é saber que nossa força vem do Senhor. É não depender de nossas habilidades emocionais ou sociais, inclusive para ser temperante e humilde.
Em Gálatas 5.22 vemos que o fruto do Espírito envolve o domínio próprio e a mansidão, mas para viver assim é preciso estar em uma dependência diária do Senhor; é estar em comunhão constante com Ele; é buscar a face daquele que nos dá vida para vivermos como Ele viveu entre nós.
Que não seja nossa força física a habilidade que sobressaia de nossas vidas, nem a nossa aparente resistência diante das dificuldades, mas seja nossa força espiritual aquela vem daquele que foi exemplo de humildade, domínio próprio e dependência do Pai.
Presbítero e seminarista Ricardo de Souza Gaúna