Igual a todo mundo
6 de abril de 2021
e lhe disseram: Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações.”
1º Samuel 8.5
Um ditado popular diz que “a grama do vizinho é mais verde”. Ele faz todo sentido, pois assim como no texto acima, é comum olharmos para os que estão a nossa volta e desejarmos ser como eles e ter o que eles têm. Isso porque achamos que a vida dessas pessoas é melhor que a nossa, que seus bens e suas práticas são mais atraentes para uma vida confortável e feliz. Claro que exemplos de boas práticas podem e devem ser seguidos. Devemos olhar para as práticas saudáveis e tirar lições saudáveis. Até porque, à nossa volta, temos casamentos, filhos, finanças e muitas outras práticas saudáveis que são dignas de apreciação e aplicação para nossas vidas.
O problema é quando temos como referência de boas práticas aqueles que não andam segundo as Escrituras. Por vezes, desejamos coisas que estão fora dos altos padrões estabelecidos pelo santíssimo Senhor. Enquanto temos como exemplo as atitudes daqueles que estão ligados à videira, podemos dizer amém. Mas quando os de fora são escolhidos como referência, temos que dizer: misericórdia. É claro que é possível que boas referências venham dos de fora. Deus concedeu sua graça comum a todos e, por isso, o homem não é tão mal quanto poderia ser, produz coisas dignas de aceitação e alegria, como a arte, a ciência, a tecnologia e as habilidades sociais. A verdade é que, em qualquer ocasião, todas as atitudes devem passar pelo crivo da santa Palavra de Deus.
No texto lido, vemos Israel pedindo um rei, assim como tinham “todas as nações”. O problema não era Israel ter um rei, isso já fora predito pelo nosso Deus (Deuteronômio 17.14-20). Na verdade, o estabelecimento de um rei era algo legítimo, da mesma forma que todas as nações. Mas, no caso de Israel, o rei deveria preencher certos requisitos. Ele deveria, entre de outras coisas, ser estabelecido pelo próprio Deus, não deveria acumular riquezas e deveria escrever a Lei e dela fazer uso todos os dias.
Israel não estava interessado no cumprimento da Lei. Podemos ver que a solicitação de um rei tinha como intuito baixar os padrões morais determinados pelo Senhor. Assim como todas as nações, Israel queria ter várias mulheres, vários deuses, várias formas de culto, vários tipos de alimentação e várias outras práticas longe das prescrições da Lei, demonstrando que tal atitude era uma rejeição a Deus.
Felizmente, hoje, temos um Rei que remiu nossa vontade de andar como as outras nações. Um Rei que remiu todas as tribos, línguas e povos e nos congregou em um só rebanho bendito e escolhido para glória dEle. Por isso, não temos mais necessidade de pedir um rei e nem de ser como todas as nações. A Deus, toda glória!
Presbítero Ricardo de Souza Gaúna