Refletimos o que está diante dos nossos olhos
18 de fevereiro de 2021
Nas últimas mensagens, destaquei que Jesus e sua Palavra são a Fonte de Águas Vivas e que precisamos beber dessa fonte. Beber dele é crer nele. Também ressaltei que Ele é a Luz do mundo; não como a luz do sol ou de uma lâmpada, mas sendo aquele ensino maravilhoso e poderoso que entra por nossos olhos e ouvidos, penetra em nossa mente e desce ao nosso coração, nos trazendo paz, alívio para a alma e dando direcionamento aos nossos passos (escolhas e decisões), diariamente, neste mundo tenebroso.
Diante desse entendimento, vem-nos a necessidade de entender que nós refletimos aquilo que está diante dos nossos olhos e isso renova a necessidade de, dia após dia, colocar diante dos nossos olhos a Palavra de Deus (sua Luz) e nos alimentar da Água Viva e do Pão da Vida (sua Palavra). Em outras palavras, temos todo dia a oportunidade (e a necessidade) de refletir a presença de Deus em nós.
Nesta pastoral, quero compartilhar alguns trechos da reflexão de Bob Thunes que declara que nós “nos tornamos o que vemos”, ou seja, refletimos o que está diante dos nossos olhos. Ele declara que o desejo que temos de nos aproximar de Deus e refletirmos mais da Sua santidade e devoção em nós é algo mais que natural; chega a ser “biológico”, pois é só nos lembrar de como fomos criados – “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (Gn 1.26). Percebe? Fomos criados para refletir Deus. E ele acrescenta que “A questão é: como podemos nos tornar mais semelhantes a Cristo?”.
A resposta bíblica para isso pode ser surpreendente para nós, pessoas modernas e pragmáticas. Nós tendemos a procurar métodos, estratégias e planos de ação. Mas a Bíblia ensina que nos tornamos como Jesus quando adoramos a Jesus.” Ou seja, basta simplesmente mantermos Jesus diante dos nossos olhos; na leitura da Palavra e de livros sobre a Palavra; nas orações, mesmo que de olhos fechados; nos louvores que saem de nossos lábios ou naqueles sussurros mentais. Thunes cita Greg Beale, que declara que “Deus fez os humanos para o refletirem, mas se eles não se comprometerem com ele, eles não o refletirão, mas refletirão alguma outra coisa. Ou nós refletimos o Criador ou refletimos algo na criação. Em outras palavras, é da nossa natureza levarmos a imagem de algo; se não for de Deus, então será de ídolos; se não for do Criador, então será da criação”.
Ter a pessoa de Jesus diante dos nossos olhos ao ponto da Sua vida e presença encher a nossa mente e o nosso coração com sua Graça e Glória, ao mesmo tempo em que é algo que depende de Sua bendita Graça, precisa também ser algo buscado por nós, de forma intencional; assim como Davi declara no Salmos 16.8 “O SENHOR, tenho-o sempre à minha presença; estando ele à minha direita, não serei abalado.” Precisamos saber que Deus espera de nós compromisso, mas também entrega e devoção.
Esta sociedade em que vivemos está experimentando algo já vivido pelo povo de Israel várias vezes ao longo da sua história bíblica. Sempre que eles se voltavam apenas para si mesmos e seus olhos só contemplavam os desejos corruptos de seus corações, eles se distanciavam de Deus e refletiam os ídolos que guardavam dentro deles. Esta pandemia nos tem dado oportunidade para limpar a nossa visão espiritual, a fim de vermos com mais clareza a escuridão que toma conta dos valores e desejos deste mundo que jaz no maligno.
Se colocarmos O Senhor diante dos nossos olhos, conseguiremos ver de forma mais redentiva, não só os “momentos embaçados” que a vida nos apresenta, mas também as belezas que brilham aos nossos olhos. Também conseguiremos refletir a Luz de Jesus sobre muitos que estão nas trevas à procura de uma direção.
Concluo e resumo aqui três maneiras bíblicas que Bob Thunes cita, pelas quais podemos, de forma proposital, colocar Jesus diante dos nossos olhos e sermos mais eficazes em refletir Sua presença: 1) contemplação/ meditação – A Bíblia nos incita a pensar no Senhor (Sl 1.2 e Fl 4.8); 2) Louvor/canto e agradecimento – cantar ilumina o coração e envolve o corpo na adoração intencional a Deus; e 3) Obediência/ação e serviço – quando servimos à Igreja, ajudamos o próximo e aos pobres, aprendemos de novo que “Mais bem-aventurado é dar que receber” (At 20.35).
Que tenhamos sempre o Senhor Jesus diante dos nossos olhos.
Reverendo Edilson Martins