Desenganados

30 de janeiro de 2021

Desenganados

 O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

1ª Coríntios 13.4-7

            Pode-se dizer que o amor é uma das palavras mais utilizadas por poetas e compositores, seja para expressar seus sentimentos por alguém, ou para dar mais brilho à sua juntada de frases, às vezes meio sem sentido. E isso não é novo; desde muito tempo já se lançava mão desse vocábulo para jungir pensamentos e traduzi-los em palavras e imagens que, de alguma forma, demonstram quanta afetividade é despendida em favor de alguém.

            Mais do que isso, filmes com grandes nomes e estilos “hollywoodianos” são produzidos em torno desse tema, de onde nascem os romances, sejam eles sérios ou em forma de comédia, mas que, de algum modo (aqui alterei porque já aparecia a expressão anterior poucas frases acima. Você pode trocar por outra expressão que melhor te agrade), ligam pessoas por laços afetivos nas mais variadas formas de relacionamentos, como marital, maternal, paternal e fraternal.

            Contudo, essas expressões revelam um amor frágil, condicional, limitado, temporário, erótico e, não raras vezes, doentio, ao que podemos afirmar que, em sua grande maioria, senão todas, fracassaram em definir o real significado do que é amor.

            A fim de nos desenganar a respeito do verdadeiro significado da palavra amor, o Espírito Santo, por meio do apóstolo Paulo, escreve uma definição diferente do que vemos nas outras expressões. Não é algo sobre um romance ou um sentimento, mas um comportamento expresso por várias atitudes, conforme vemos no texto acima. É, na verdade, a evidência de uma vida cristã autêntica, conforme nos ensinam as Escrituras:

“Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Mateus 22:37-39);Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13.35); e “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.” (1João 3.14).

            O mundo não consegue definir o amor como ele realmente é porque nem o próximo e muito menos Deus são o alvo desse amor. O foco dessa definição de amor está em si mesmo; um amor para consumo próprio e satisfação íntima. Essas atitudes são definidas como um barulho sem sentido, um ruído desentendido (1ªCoríntios 13.1).

            Certamente, Paulo estava olhando para Cristo quando escreveu sobre as atitudes do amor (v.4 a 7), aquele que pacientemente se esvaziou, sofreu a nossa dor, não nos imputando nossas maldades; aquele que é a essência do amor de Deus, que também é amor (1ª João 4.8) e que amou o mundo de tal maneira que entregou seu próprio filho por nós. Não existe ninguém com amor maior que este (João 15.13).

            Desenganados, nos voltemos para as atitudes correspondentes ao verdadeiro amor, a exemplo de Cristo, conforme escreveu Paulo e para glória do Deus trino.

Presbítero seminarista Ricardo de Souza Gaúna

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