Não precisamos ter medo

12 de janeiro de 2021

Não precisamos ter medo

No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.

1 João 4.18

Conta-se que em um navio que enfrentava uma grande tempestade, enquanto os marinheiros estavam apavorados e corriam de um lado para o outro, um menino foi encontrado no camarote envolvido com seus brinquedos. O marinheiro que o encontrou lhe perguntou: Você não está com medo? E ele respondeu: Não, meu pai é o comandante.

O atual momento da nossa história pode fazer nossa vida se parecer com um barco em meio a uma tempestade, onde as ondas que se chocam contra nós são como os problemas, enfermidades, desemprego e tantas outras adversidades que podem nos atingir; os ventos como as incertezas e dúvidas que nos cercam e tentam dominar nossa alma. Mas, como aquele menino, podemos ter uma certeza: se Deus, O Pai nosso, criador da terra, do mar e dos céus é quem está no comando e controle do barco da nossa vida, isso muda tudo. Pois, nEle estamos seguros. É da parte dEle, que por toda história e em diversos momentos, que seu povo tem ouvido essa consoladora expressão: “Não temais”, ou, não tenham medo.

Quando José se revelou aos seus irmãos – que o haviam desprezado e tratado com crueldade –, ele, que é um “tipo do Cristo que viria”, lhes disse “não tenham medo” (Gn 50.21), pois Deus foi misericordioso comigo e me sustentou para cuidar de vocês. Não é assim que Deus faz conosco quando o desprezamos? Ele nos trata com bondade.

Quando os israelitas estavam cheios de medo de entrar na terra que Deus lhes havia prometido e com rebeldia a maldiziam, Josué, que também é um tipo do Cristo que viria, e Calebe, lhes disseram para não terem medo, pois o Senhor era com eles e era o seu amparo (Nm 14.9). E não é assim conosco? Quando as dificuldades desta vida nos fazem perder a expectativa das maravilhas do céu e achamos que fomos abandonados no caminho, vemos nas Escrituras o Senhor Jesus nos dizer: “Eis que estou convosco, todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mt 28.20)

Quando o comodismo, o desinteresse e o medo tomaram conta do povo que retornou do cativeiro e eles desanimaram de edificar e reconstruir o templo – pois julgavam não ter recursos, ou achavam que seria em vão – Deus enviou seu profeta a Zorobabel, filho de Salatiel (ambos da descendência de Davi, portanto da linhagem do Messias) e lhes animou dizendo que Ele (Deus) é o Senhor dos Exércitos, dEle é a prata e o ouro, Ele habita no meio do seu povo e que não tivessem medo, mas que se animassem e prosseguirem firmes na obra (Ag 2.4-5). Não é diferente da nossa situação, em que acabamos de sair de um ano difícil, com uma pandemia, crises econômicas e políticas, isolados de muitos e reclusos em nossas vidas particulares, mas, ao mesmo tempo, sendo recentemente lembrados por Deus da melhor e maior das boas notícias: de que não precisamos ter medo, pois já nasceu o Salvador que é Jesus Cristo o Senhor; assim como os anjos fizeram aos esquecidos pastores nas colinas de Belém (Lc 2.10-11).

O medo pode até fazer parte da nossa realidade humana, mas não faz parte de Deus, por isso, Ele é perfeito em amor e poderoso em nos amar. Quanto mais O conhecermos, mais e melhor seremos aperfeiçoados em amar. É com firme convicção e confiança nEle que seremos aperfeiçoados em amor. Amor por Ele, apesar das adversidades, dores e lutas. Amor por sua obra e seu bendito Reino, apesar das nossas limitações e das incertezas do momento. Amor pela vida, pela nossa família e pela fé que Ele mesmo depositou em nós, apesar do desânimo que às vezes nos abate e do medo que tenta nos fazer desistir.

“Nós amamos por que Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). Que acima de tudo possamos diariamente nos deixar sermos envolvidos pelo amor de Deus, que nos permite desfrutar de paz e perdão. Que possamos lançar fora o medo, convictos de que é Deus o comandante da nossa vida e quem nos leva sob sua bênção e proteção ao porto desejado.

Reverendo Edilson Martins

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