O Ministério da Reconciliação
29 de dezembro de 2020
Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação […]”.
2ª Coríntios 5:18-21
Você já foi a uma audiência de reconciliação? Funciona assim: alguém que se sente lesado por outra pessoa ou empresa faz uma queixa diante de um juiz. No caso das instâncias iniciais, um conciliador, que necessariamente não precisa ser um juiz, é designado para ver se as partes podem se entender sem que seja necessário que o caso seja levado a um tribunal, o que seria muito mais caro. Havendo acordo entre as partes, o processo acaba ali mesmo. No entanto, caso uma dos lados não esteja satisfeito, o processo é levado para instâncias superiores, e aí começa um processo que pode ser longo, de idas e vindas ao fórum. O fato é que, antes do julgamento final, o conciliador entra em cena para resolver o litígio entre as partes.
No texto da nossa meditação, duas perguntas precisam ser respondias:
1ª – Por que precisamos de reconciliação? Primeiramente por causa da queda de nossos primeiros pais, Adão e Eva, conforme Paulo nos explica em sua carta aos Romanos 5.12 – sendo eles o tronco de toda a humanidade, sua corrupção e pecado passaram a todos os homens. Precisamos de reconciliação com Deus por causa do pecado original de nossos pais. Mas não é só isso, esse pecado original nos deixou totalmente indispostos e avessos a todo bem (Romanos 5.6 e Efésios 2.1). Precisamos de reconciliação com Deus por causa de nossos próprios pecados. Esses pecados, tanto o original quanto o atual, levantaram um muro de inimizade entre o homem e Deus e nos impedia de ter comunhão com Ele pelas nossas próprias forças. Então, vamos para a nossa segunda pergunta:
2º – Quem é o nosso reconciliador? O próprio Deus, por meio de Jesus (2 Co 18.18). Com sua morte, o castigo que nos cabia foi imputado a Jesus Cristo; a dívida foi paga e agora temos paz com Deus; a comunhão foi restabelecida e fomos reconciliados. É importante ressaltar que Deus não nos amou por causa do que Cristo fez na cruz. Ele nos amou de tal maneira que deu seu filho para morrer no meu lugar. Ele nos amou antes da cruz. A cruz foi a consequência e não a causa do amor de Deus. A justa punição pelo meu pecado, tanto o original quanto o atual, foi paga pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz (2ª Cor 5.19).
Agora, reconciliados e justificados, somos feitos embaixadores de Cristo (2ª Co 5.20), cuja função é representar o governo do Seu país. Como reconciliados e justificados, representar o reino dos céus. Um embaixador, apesar de ser o mais alto nível em território estrangeiro, não pode fazer o que bem entende e nem pode dar mau exemplo em suas ações; ele precisa representar bem sua nação de origem.
Da mesma forma, nós, reconciliados e justificados, representamos e apresentamos o reino de Deus. Representamos o reino de Deus porque, agora, como novas criaturas, precisamos ser vistos como pessoas que pertencem a esse reino. E apresentamos o Reino de Deus porque ainda existem muitos embaixadores que estão perdidos e que precisam de reconciliação e justificação para alcançar outros embaixadores.
Presbítero Ricardo de Souza Gaúna