Cristo Ressuscitou
7 de novembro de 2020

“Pois quê? julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?”
(Atos 26: 8)
À inacreditável ressurreição vista em Atos dos Apóstolos, apelou repentinamente o apóstolo Paulo, o que levou o governador a questionar a veracidade deste fato, talvez por dois motivos circunstanciados.
1º. Essa declaração de Paulo se deu em face do rei judeu Agripa, que confessava acreditar nas Sagradas Escrituras. E, de fato, essa verdade sobre Deus ressuscitar os mortos está registra em diversas passagens do Antigo Testamento, como em 1 Reis 17:18-23 e em 2 Reis 4:19 a 37.
2º. Se um partido fosse contrário a essa ideia, certamente iria trabalhar incansavelmente para torná-la falsa. E os saduceus eram os mais ativos contra essa posição de Paulo. Eles se ofenderam claramente por ouvir o apóstolo pregar a doutrina da ressurreição, uma vez que A base essencial de seu discurso era a ressurreição de Jesus, o Cristo, o Messias, o filho de Deus. Essa questão iria confrontar diretamente a Agripa, uma vez que ele era um simpatizante dos saduceus, um partido que negava essa ação de Deus.
Um rei ainda jovem, mas que, desde a infância, conhecia a lei, e um governador experiente, mas que nada sabia acerca da religiosidade desse povo, agora, se veem frente a algo que os impressiona – um por não saber e não acreditar, o outro por conhecer, mas não querer se misturar. E um partido que tudo faz para eliminar o portador da informação sobre essa ação sobrenatural. Assim acontece com homens de todas as eras. Eles, em sua maioria, tropeçam na dificuldade de acreditar na ressurreição. Também, pudera, como acreditar em algo que vai contra a ordem natural das coisas? Ainda mais porque, considerando as ações dos homens e suas inabilidades de conhecimento, como crer em algo tão sobrenatural, como também sobre-humano? Qual de nós acreditaria, se não pela fé que nos é ofertada pela graça soberana de Deus? Em poucas palavras, quero te apresentar três respostas que podem te ajudar a chegar a esse entendimento:
I. Existem evidências desse fato. “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras, E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze. Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também. Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos (1 Co 15: 3 – 7). Para mim, tenho por suficiente acreditar nesses relatos. E todos podem ser provados adequadamente. A ressurreição de nosso Senhor não somente se apresenta como um caso milagroso. Se assim somente fosse, eu também acreditaria, mas considero, por demais, com muita razoabilidade, as provas do fato como citado na transcrição de 1 Coríntios, e junte-se a isso os relatos históricos descritos nos Evangelhos, nos quatro escritores quais afirmam com riqueza de detalhes a credibilidade de cada testemunha. E como nos descreve o comentarista Hume: “Nenhum fato histórico pode ser recebido, a menos que seu testemunho seja aceito sem preconceitos”. E com meu acréscimo: por milhões de pessoas mundo afora.
II. A ressurreição é sim um milagre, mas longe de ser o maior dos milagres, creio como a mais pura verdade. Pois, se Creio no Deus que detém esse poder, creio também que Ele me ressuscitará para a glória celeste. Se somente aceitarmos a ressurreição de Jesus, teria ela sido pouca coisa, tendo em vista que a Sua é que me garante a certeza da minha. Agostinho expressa essa certeza assim: “É um milagre maior fazer aquilo que não é, do que consertar o que é. Por que Deus não pode nos ressuscitar, depois que somos transformados em pó? Pois que, se fôssemos reduzidos a nada, poderia nos dar um ser? Claro que sim”. Criar o homem do nada é, sem sombra de dúvidas, um milagre maior do que recriá-lo para coisas incomuns. Somos ressuscitados com Cristo e em Cristo, para o louvor da glória do nosso Deus. Em Deus, podemos afirmar que o que realiza um, pode realizar o outro, ou qualquer outra coisa impossível ao homem. E, por fim:
III. O mundo está repleto da manifestação da Glória de Deus, em diversas analogias que podem ser feitas para que a criação creia, com demasiada razoabilidade, no poder de Deus em ressuscitar o ser. A beleza, a grandeza e sua majestade, tudo que existe, e ademais, todas as coisas antes e depois de Jesus, nos levam a crer e a entender com clareza e paz de entendimento que a obra realizada na ressurreição, foram e são constantemente faladas e representadas em sermões sobre esse tema. E não é preciso ir muito longe. Quantas coisas na natureza morrem para que ressuscitem. O que não nos faltam são analogias da ressurreição. Em cada estação, em cada novo dia, enfim, em tudo que Deus transforma.
A sabedoria dada por Deus, com a qual o homem conduz a ciência, encontra analogias nas maiores e menores criaturas criadas. Isso é, a meu ver, a certeza desse fato, pois, a cada dia, cada vez mais o homem descobre que nada é realmente destruído. Somos pó e vamos voltar ao pó, e, da mesma forma, as demais coisas cessam de viver e reaparecem no ciclo da vida com o qual o Criador nos presenteou. Em nada existe um fim em si mesmo. Para nós, então, muito superior e melhor é ter a certeza de que é por Cristo e pela sua ressurreição que seremos conduzidos à glória do Pai. Eu estava morto e, em Cristo, Deus me ressuscitou. Tudo isso escrevo, e são apenas pouquíssimas argumentações em prol da verdade convicta de que tenho na ressurreição. Trata-se, na verdade, apenas de um começo que considero importante, e que essas linhas o motivem a pensar cada vez mais nessa verdade, para que, comigo, você também possa dizer: eu creio que Deus ressuscita os mortos. Cristo Ressuscitou!
Reverendo Arlei C. Gonçalves