Cuidado com as novidades!
26 de outubro de 2020
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.“
Mateus 24:11
No dia 18 de novembro de 1978, na comuna denominada de Jonestown (projeto agrícola), sediada no interior da selva da Guiana, o pastor americano Jim Jones, líder fundador do Templo do Povo, uma organização religiosa pentecostal cristã, foi responsável por implantar crenças tão absurdas na mente dos seus adeptos que culminou na morte de 918 pessoas. Na ocasião, foi um misto de suicídio coletivo e assassinatos. Ademais, registra-se que essa tragédia, que envolviam ações deliberadas contra civis americanos, só foi superada pelos ataques de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos da América.
Amado(a), ao revistar essa página negra da história universal, a intenção é utilizá-la como pano de fundo para pensarmos juntos, neste breve espaço, na instigante e perigosa busca atual por novidades no meio evangélico para tornar a igreja não só um ambiente pós-moderno, espiritualmente atraente e sensivelmente tolerante com os valores antibíblicos defendidos pela sociedade contemporânea, como também para deformar o Evangelho, transformando-o num amontoado de princípios/conselhos similares aos disseminados pela literatura de autoajuda e/ou pelos técnicos modernos de evolução espiritual. Essa realidade espiritual distorcida, tão almejada, sobretudo, pelo evangelicalismo nacional, tem a finalidade clara de transformar ovelhas à direita em cabritos à esquerda (Mt 25.33) e, acima de tudo, de transtornar o Evangelho de Cristo (Gl 1.7).
Sendo assim, creio que a tragédia de Jonestown trata-se de um eloquente exemplo didático para que levemos a sério o presciente aviso do Apóstolo Paulo ao dizer que, após a sua morte, entrariam no nosso meio lobos cruéis que não poupariam o rebanho (At 20.29). Nesse sentido, talvez por descuidar de uma reflexão mais atenta sobre essa grave advertência paulina, algumas igrejas evangélicas escancararam as suas portas, inconsciente ou deliberadamente, para entrada de falsos profetas, falsos mestres, falsos irmãos e falsos ensinos; a propósito, sejamos sinceros, são comunidades de fé que, por sentirem comichão nos ouvidos (2Tm 4.3), visto querem avidamente novidades, há muito desprezam a sã doutrina e, para piorar ainda mais, ovacionam a mortífera pregação de líderes/gurus espirituais com cariz piedoso, como por exemplo, a do pastor Jim Jones, cujo “cruel lobo” levou à morte centenas de pessoas por incutir “crenças absurdas” (outro Evangelho!) na mente do rebanho. Com efeito, aprendemos com essa aterradora lição que distorcer o papel da Igreja e/ou do Evangelho de Cristo sempre resultará em morte no meio do rebanho. Isso é fato. Isso é bíblico!
Por fim, amados, à luz do fatídico episódio de Jonestown, muitas perguntas se fazem necessárias à nossa alma, ou pelo menos duas, a saber: como identificar os “lobos cruéis” disfarçados de ovelhas no nosso meio nos tempos de hoje? Como evitar tragédias como essa liderada pelo pastor Jim Jones? Pois bem, como respostas a essas indagações, podemos sugerir algumas, embora haja muitas, quais sejam: buscar conhecer a voz de Cristo (o autêntico Evangelho) (Jo 10.27); fugir das novidades evangélicas oferecidas no mercado da fé e andar em novidade de vida (Rm 6.4); batalhar diligentemente pela fé (o Evangelho) que uma vez foi dada aos santos (Jd 3); e jamais ignorar o alerta do Senhor Jesus Cristo:
“E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.” (Mt 24.11)
Cuidado com as novidades!
Presbítero Carlos Augusto Amoras
