Herói de verdade

19 de outubro de 2020

Heróis de verdade

“Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?”.

1ª Samuel 17.26b

Há alguns dias, um parente próximo e querido, sabendo de algumas dificuldades pelas quais eu estava passando, compartilhou o texto acima. Ele usou uma metáfora com personagens que gosto muito, os Vingadores (se eu pudesse, seria o Capitão América). Em suas comparações, ele destacou as habilidades humanas comuns às dos heróis daquele filme, como força, perseverança e criatividade, mas também algumas habilidades exclusivas de alguns deles.

Mesmo fantasiosamente, essa é uma história de seres com poderes sobrenaturais que, nas horas mais difíceis, se unem para vencer uma grande ameaça, na qual cada um usa suas habilidades em cooperação com os outros, formando uma equipe capaz de superar qualquer oponente.
Depois da metáfora e das grandes conjecturas que fizemos, ao nos comparar com os heróis da mitologia Marvel, nos voltamos para a história de Davi e Golias, em 1ª Samuel 17. Nela, percebemos que há grandes diferenças com a vida real, mesmo que, em alguns momentos, tenhamos que usar as virtudes e atitudes daqueles personagens, e nisso destacamos dois aprendizados:

Não é pelas nossas armas – Enquanto na metáfora da Marvel cada um utiliza suas armas e habilidades, na batalha contra os filisteus, Davi havia experimentado a armadura de Saul, com a qual ele mal conseguia andar. Então, despindo-se dela, ele resolveu usar sua funda, uma arma poderosa nas mãos de homens habilidosos (Juízes 20.16), mas improvável contra alguém como Golias que, desde moço, era experimentado na guerra e sabia como atacar e se defender; alguém muito bem protegido e armado contra as diversas possíveis investidas de seus inimigos (I Samuel 17.4-7). Porém, o jovem ousado sabia que a salvação não viria de armas, mas do Senhor da guerra (v.47).

Não é sobre nós – Enquanto nossos heróis mitológicos lutam por seus amigos, suas cidades e até seu planeta, aceitando laureados elogios e homenagens, Davi sabia que a afronta dos filisteus estava direcionada aos Exércitos do Deus Vivo (v. 26b). O filho de Jessé sabia e fez com que todos os presentes soubessem que, dadas às desigualdades entre o filisteu e o israelita, a única forma de vencer a batalha era tendo alguém mais forte que ele lutando essa guerra. Scott Oliphint escreveu: “Quando buscamos responder aos desafios que nos chegam, desafios à verdade do cristianismo, devemos sempre nos lembrar de que é a glória de Deus – seu poder, sua bondade, santidade e verdade – que estamos defendendo”. (A batalha pertence ao Senhor. p. 221 – Kindle).

Não é com nossas armas e nem para nossa glória que lutamos as batalhas neste mundo, sejam elas pequenas e cotidianas ou de grandes proporções, mas com as armas espirituais e para a glória daquele que é o verdadeiro herói e Senhor dos exércitos, o nosso Deus Todo-poderoso.

Seminarista Ricardo de Souza Gaúna

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