Entre muitos questionamentos, quem seria o culpado? Você é o juiz, você decide!

16 de setembro de 2020

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“Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”

Mateus 5:7

Então, de quem é a culpa? Do procurador, do juiz ou do presidente? Recentemente, tivemos a notícia de que um procurador da República – chefe de uma operação que surgiu com intuito de, com rapidez, eliminar muitas pessoas que estavam promovendo desvios a seu bel prazer, e tratando o País de maneira perniciosa – pediu demissão.

Só para constar, no relato que se segue, não trato de política nem de qualquer pensamento partidário, mas sim, de atitudes. Pois bem, em suas decisões, o procurador, por certo, vivenciou as mais variadas controvérsias, visto que, algumas pessoas, que podem muito bem ver e ou analisar suas tratativas, poderiam considerá-las como desonestas. Entretanto, para outras, tais ações poderiam muito bem parecerem corretas. Uma decisão, a priori, e em que pese suas consequências, deve prioritariamente ser imparcial e pautada em princípios, quais sejam, os que melhor classificam a índole de quem tem o poder de decidir. Creio, e quero realmente acreditar que esse procurador tenha, em todas, feito o seu melhor. Isso, claro, se essas decisões foram pensadas no bem comum. Se ele pensou no povo e no País, deve ter realizado o que de melhor poderia ter feito para os menos favorecidos. Em sua decisão de deixar o cargo, que por méritos próprios o conseguiu, as causas que lhe foram impostas devem ter sido penosas. Seria ele, ou poderia ser ele condenado por deixar tão importante missão? É correta essa atitude? Condenaríamos ou absolveríamos?

Segue que, em meio a tantas decisões, envolto a infinitos processos, creio eu, serem difíceis uns e outros casos. Podemos, por isso, absolvê-lo? Ou, quem sabe, talvez queiramos condenar os juízes? Estes, à sua maneira, sejam de formas inescrupulosas ou não, “forçaram a barra” para um fim inesperado? Como vemos nossos juízes ou a até mesmo a Corte Maior deste país? Temos um juizado confiável? Pois bem, é bom que se diga que não sou perito em leis; sigo o que grandes comentaristas apartidários têm falado do nosso judiciário. Sou da opinião de que, em meio ao quase caos institucionalizado pela covid-19, os nossos juízes extrapolaram suas áreas de responsabilidades e interferiram em questões administrativas sem que muitos tenham de fato conhecimento destas áreas com mais profundidade. De lei, sei que entendem, ou mesmo deveriam entender, mas não vejo nenhum juiz ir a uma comunidade para saber de sua realidade in loco, ou seja, conhecer a real necessidade e o desejo dos que vivem à margem do mínimo social, que trabalham e precisam sobreviver. Por vezes, sempre queremos encontrar um culpado e, nesse caso, podemos, por que não, colocar a culpa no juiz.

Entretanto, alguns podem achar que suas interferências foram corretas. Aqui também tenho a minha opinião, e acredito, e quero realmente acreditar que, para eles, em suas consciências, tenham feito o seu melhor e, como no caso anterior, o do procurador, devem sim, ter pensando no bem comum. Se pensaram no povo e no País, devem ter realizado o que de melhor poderiam fazer, visto que julgaram ser competentes para tão importante decisão. Se, no entanto, forçaram a barra, de um lado ou de outro, e se fizeram ou agiram para que pessoas deixassem seus cargos ou até mesmo fossem condenados, será que suas consciências estão tranquilas? Assim, poderia ele ou eles serem condenados por tão importante interferência? É correta essa atitude? Condenaríamos ou absolveríamos?

Mas a coisa não para aqui. Em meio a tantos posicionamentos e decisões difíceis, e não menos importantes, podemos, ou talvez queiramos condenar o presidente. Esse homem tem culpa? Bem, a grosso modo, ele tem um “poder” diferenciado, almejado, cobiçado e por aí vai. Ah, sim, ele possui o poder de veto e de um espaço diferenciado nas mais diversas mídias; sua imagem fala aos seus seguidores o que suas “vontades” querem refletir. Sendo assim, teria ele, em suas atitudes, tomado a melhor decisão quanto a tudo que o envolve? Será que interferiu junto aos juízes para que exercesse uma “pressão” a fim de que o procurador “pedisse as contas”? E nas demais decisões, acertou? É pandemia, é economia, é uma corrupção que não cessa, mesmo diante de tantos que já “pagam” por esses erros. Seria mais fácil deixar as coisas como estavam ou seria melhor uma mudança “radical”, como alguns sugerem? Sempre, nesse contexto, lembre se: você é o juiz. Como é difícil agradar, ou seria melhor dizer, como é fácil desagradar. A propósito, o que vejo é que, em qualquer regime, teremos pessoas satisfeitas e insatisfeitas.

Defender e aceitar decisões não são atitudes simples de se tomar. Em meio a erros e acertos, tanto estes como aqueles, penso eu, em suas atitudes e decisões, devem pensar em alcançar uma maioria saudável e o bem comum. Hum, isso é interessante. Precisamos, então, puxar a sardinha para o nosso anzol e perguntar: qual seria a atitude cristã correta diante do erro, diante do culpado, diante do inocente? Como é difícil ser cristão em um mundo caído, dominado por pessoas cheias de si mesmas, em meio à “babel social” e a tantas pecaminosidades. Quero crer que nós, “os cristãos”, queremos sempre acertar. Assim pensamos para que o erro não se sustente, para que o culpado entenda que a falta cometida certamente terá sua consequência, e, acima de tudo, para que o inocente não seja condenado. Por que será que nós como cristãos, às vezes, não nos permitimos essa missão? Seria ela entediante ou é por omissão mesmo? Seria pecado não querer se manifestar em meio aos que podem fazer mal a inocentes?

Vejo muito penoso para alguém com tanta responsabilidade tomar decisões que, a seus olhos, possam parecer corretas. No entanto, pense, para o presidente, para o juiz, ou para o procurador suas decisões podem parecer corretas. Acredito, e sem demagogia, quero crer que eles queiram ou estejam a fazer o seu melhor. E tenho me colocado em oração para que eles, em suas posições, sempre que tiverem que obrigatoriamente tomar uma decisão importante, pensem no bem comum. Que pensem e não desprezem o povo carente e os mais necessitados, e que visem uma melhora para os menos favorecidos. Se assim sempre fosse, creio eu, como seria diferente. Mas seria mesmo? Desejo desde sempre que nunca pensem em interesses escusos e que Deus os ajude nas suas decisões e que eles não façam do cargo ou do poder que possuem um lugar de proveito próprio.

Longe de Deus, e também no nosso meio, sabemos que muitos já os condenaram. E, certamente, alguns já os absolveram. Deveria o presidente ser condenado por ser e fazer como tem feito? Deveria o senhor juiz ser criticado por suas decisões? Deveria o procurador deixar o cargo como o fez? São corretas as suas ações? Condenaríamos ou absolveríamos estes em suas atitudes? Como reagiria uma pessoa que está diretamente envolvido ou supostamente envolvido com a possibilidade de condenar alguém? Com o martelo na mão, em nossa sentença derradeira, condenaríamos quem: o juiz, o presidente ou o procurador?

Na vida, certamente, nos encontramos em meio a muitas questões que nos fazem pensar, refletir com profundidade e julgar. E como são difíceis os julgamentos. Mesmo quando nos debruçamos sobre a questão e refletimos bastante sobre ela, vemos como é difícil julgar. Por isso, o meu registro de como é difícil um pecador condenar outro pecador; como é difícil errar e comentar sobre os próprios erros. Nem sempre é fácil lidar com os que apontam nossos erros. É muito mais simples, penso, apontar os outros em seus erros e menos complicado lidar com os erros alheios. Também vejo que é muito fácil, menos complicado e mais simples condenar alguém quando se tem uma lei, quando se joga sobre a lei, em suas letras, muitas vezes fria, a culpa do pecador. Mas será que todos os que julgam são pessoas capazes e que tratam com as causas alheias com lisuras? São elas livres de qualquer arbitrariedade para poder condenar? Seria o juiz imparcial? Não é o presidente interesseiro? Não é o procurador ingrato? Qual é a melhor decisão a se tomar diante da lei que nos define como pessoas e cidadãos?

Em qualquer situação, é a lei que, segundo seus princípios e moralidades, nos momentos difíceis e circunstanciais que a vida nos oferece, e também nas situações fortuitas, que nos mantém sociáveis e com princípios de existência. Sem lei, o caos institucional, em todas as nuances da sociedade moderna, seria indescritível. Mas o fato é que nem sempre nos julgamos capazes de tomar as decisões, sejam as mais difíceis ou as mais fáceis, quanto mais aquelas que nos são de total desconhecimento de causa. E, convenhamos, um pecador condenar outro pecador, me responda de forma precisa, qual dos dois se salvaria? A vida nos conduz por caminhos impensáveis. Todos os percalços nos levam a muitas dificuldades e poucas vezes vemos a alegria espontânea despertar, em meio aos muitos sofrimentos que a própria vida nos oferece. É sempre ou quase certo que vamos nos defrontar com conceituações dessa natureza e que nos levam a momentos de julgamentos.

Assim, eu olho para Bíblia e me pergunto: quem eu declararia culpado diante do palácio no tempo da páscoa, bem perto do ano 30 da era cristã? Culparia Pilatos, o Sacerdote ou o povo que julgou de maneira incisiva, com grito solto na garganta de “mate-O”? Ao olhar para o sacerdote, vejo que a sua omissão, quando de um inocente à sua frente, o torna tão culpado quanto o povo. Se pensar em Pilatos, não o veria diferente. Lavar as mãos, convenhamos, é muitos simples. O sacerdote quer se justificar nas leis do templo, Pilatos nas leis de Roma, mas tanto o sacerdote quanto o governador estavam sujeitos às leis romanas e, no entanto, é o povo que se detém a gritar o alarido fatal. Seria esse grito baseado naquilo que ouviram das autoridades, sem sequer questionar ou, talvez, por algum benefício ilícito que lhes fora prometido? Será que realmente a culpa é destes? É interessante como, para alguns, fica simples julgar a história, depois dos fatos narrados pelos que presenciaram essa “pena capital” dos decretos divinos. Mas, se esses que julgam estivessem em cena naquele momento, que decisão tomariam?

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Dadas as devidas proporções, quanto ao tempo, aos meios existentes de imposição e manipulação, teríamos que discorrer sobre uma dezena de possibilidades, porém quero me limitar a algumas circunstâncias religiosas, afinal de contas, nós, os cristãos, em tese, somos religiosos, e eles, os que vivenciaram o momento capital, ao que parece, seguiram seus princípios religiosos. Um segue uma lei rígida, que talvez ele mesmo não conseguisse cumprir à risca, o outro, em meio a tantos deuses, no momento crucial de uma sentença de tamanha grandeza, não sabia a qual lei ou a quem recorrer. E o povo, massa de manobra, se vê em meio ao jugo pesado da lei sacerdotal e da imposição romana. Talvez, por isso, tendo que ser conivente com a artimanha das mentes mais “brilhantes,” porém perniciosas e intransigentes, não quero fugir da minha responsabilidade. Então, quem eu e você condenaríamos? Será que iríamos dirigir nossa língua afiada com maestria condenatória? Até aqui, me vejo incapaz, digo incapaz, e não em cima do muro, para responder prontamente a essa pergunta, para tanto preciso prosseguir.

Sigamos e pensemos, você e eu: se nossa decisão fosse favorável à lei, e a punição da nossa caneta condenasse um ser inocente, como ficaria nossa consciência? Qual de nós levantaria a mão para absolver o inocente e condenar o sacerdote. Ou, sumariamente, deveríamos condenar o povo? Ainda hoje existe um ditado muito popular que afirma ser “a voz do povo a voz de Deus”, contudo, a história vai mostrar, em muitos acontecimentos, que essa máxima nem sempre funciona. Acredito, inclusive, que já falhou muitas vezes na história e, no caso dessa condenação eclesiástica, certamente errou em cheio. Senão vejamos, visto que o réu atende a um princípio diferente de tudo o que já existiu. Ele é réu de fato, ou foi por imposição de decisões impessoais e contraditórias, que visavam a interesses escusos e pessoais, que ele estava em tal situação? Este réu declarou sua culpabilidade? Nesse caso, seu histórico contradiz muitos dos que o condenam, pois que, qual réu ajudaria um necessitado de pão? Qual réu sempre fez o bem? Qual réu cuida do pai, quando o filho afortunado e ganancioso sai de casa? Qual réu oferece comida a uma multidão que estava à míngua? Qual réu mata a sede do sedento de alma? Qual réu faria um cego ver, um surdo andar, um morto ressuscitar? Imagina quantos pais vivenciaram uma grande alegria, após passarem por uma tristeza que alagava seus corações, ao verem seus filhos com as mentes perturbadas por possessões descabidas, sem contar os mais variados tipos de perturbações inescrupulosas, e, enfim, sorrirem, ao vê-los libertos, uma vez que suas almas não estavam mais cativas ao jugo imperdoável do mal.

Não sei se vocês concordam, mas é muito fácil usar a lei, quando dela queremos nos beneficiar. Seriam as pessoas detentoras do poder cruéis a tal ponto? Seriam os poderosos implacáveis ao ponto de se esconderem na lei e condenar para se beneficiarem? Seriam os poderosos capazes que elaborarem uma lei e torná-la injusta ao povo? Eu tenho muita dificuldade de condenar aquele povo, mas tenho uma tendência pecaminosa de condenar os sacerdotes e os governantes. Não penso assim por achar que, em tudo, eram inocentes, certamente não eram. Pois veja, esse povo só queria seguir o réu quando tinha sede de água e fome de pão; mas uma vez saciados, se tornaram aptos a condená-lo. Quem os saciou, a lei, o sacerdote ou o governador? Que decisão você tomaria? Pense que, sendo você aquele povo, mandaria crucificar o inocente ou soltaria o pervertido? Qual seria a decisão mais certa do povo naquele instante crucial da história?

Se você fosse o sacerdote e tivesse que, por circunstância do ofício, obedecer à lei, teria a capacidade de ir contra aquilo que a lei condena? Ou seja, não consigo ficar inerte sem me condenar. Se você fosse o governador, o que você faria, seguiria a voz do povo ou obedeceria à sua consciência? Ouviria a sua esposa ou simplesmente lavaria as mãos? Convenhamos, todas as três decisões são extremamente difíceis, porque elas envolvem aquilo que mais persegue o humano durante a existência do ser, qual seja, a nossa consciência. Como deve ter ficado a consciência do sacerdote diante do erro cometido? Por ficar alheio à causa de um inocente, como ficou a consciência do governador, que lavou as mãos, fez vistas grossas e não deu ouvidos à pessoa mais próxima? Pessoa essa em quem, talvez, ele confiasse mais do que nos seus conselheiros próximos. Mas, ao fechar seus ouvidos a quem quer que lhe tenha chamado a atenção para a possibilidade do erro, e certamente influenciado pelo decreto Divino, ele deixou o inocente ser morto.

Nesse ponto, também tenho opinião, e acredito, afora a certeza da determinação Celeste, que, para eles, em suas posições, tenham feito o que julgaram ser o melhor. Mas pensaram no bem comum ou cada um quis ficar bem, com sua posição? Não creio que realizaram o que de melhor poderiam fazer, visto que não se posicionaram e seguiram a seus próprios interesses. Não pensaram no povo, cuidaram apenas da posição e do cargo que exerciam. Ah, mas certamente eles não tinham, acredito, qualquer noção da importância desse ato para a história. Em meio a esses homens de posição definida na sociedade à época, pensemos ainda em como ficou a consciência daquelas pessoas que, em voz audível, gritaram uma frase, numa única palavra que, como cola, gruda até hoje em nossa mente: “Crucifica-O! Crucifica-O!”. Como aquelas pessoas conseguiram dormir naquela noite? E não era uma noite qualquer, foi a noite em que um inocente morreu, porque se cumpriu a lei. E a consciência do que lavou as mãos, será que ele dormiu? E o povo que seguiu seu cruel caminho de obedecer sem consultar? Em meio a tantas hipóteses que rotineiramente nos são apresentadas, quem é que dentre nós não vai desculpar o presidente, o procurador ou o juiz? Ou qual desses você condenaria?

Diante do acima exposto e das questões propostas neste texto, em que pese a sua posição confortável, transporte-se para a posição do governador, e também para a condição do sacerdote, ou quem sabe, você se julgue estar entre o povo. Gostaria muito de estender essas questões e ouvir tudo que você teria a dizer, ao se colocar em qualquer uma dessas posições, porém, não quero me delongar mais. Minha percepção do texto, a meu ver, é bem simples, e desejo que ele te leve a pensar comigo e reconhecer como é difícil um pecador julgar outro pecador. Como é difícil crucificar alguém. E como é difícil condenar alguém.

Talvez seu cargo seja importante. Talvez suas decisões envolvam vidas. Talvez a função que você ocupa o obrigue a agradar uns e desagradar a outros; só isso já seria penoso demais. Qual de nós poderíamos criticar, condenar e levar à sepultura um ser que Deus criou? Somos chamados a Cristo, e Jesus te convida à liberdade. Jesus nos chamou ao serviço da liberdade. Em Jesus, somos livres das trevas, libertos do caminho vexatório e de uma vida de opressão. Em Jesus, somos livres do inferno. Em Cristo, ressuscitamos livres das ações demoníacas que tornam nossos pecados contumazes. Deus nos concede liberdade em Jesus e, por isso, somos livres daqueles que querem, a todo custo, intentar o mal contra nós. Em Deus, podemos, com certeza, fazer o melhor do nosso talento. Em Deus, seguramente, podemos tomar a melhor decisão, independente de qual seja a circunstância, mesmo sendo pecadores. Em Deus, certamente, podemos dormir com a consciência tranquila. Toda decisão pautada nos princípios de Deus, nos Seus mandamentos, vai nos deixar livres e com boa consciência.

Que nosso coração seja voltado para Deus, pois, unidos a Ele, em Jesus, podemos viver na certeza de que não somos influenciados pelo pecado; de que não seremos levados pela maioria corruptível, muito menos por uma decisão legalista, que mostra os sentimentos pecaminosos nas pessoas. Por certo, em Deus, qualquer decisão tomada será a mais assertiva. Será que tal decisão vai beneficiar a maioria? Ela não vai contrapor os princípios de moralidades das Escrituras? Meu conselho: cuidado com as más influências. Decida-se por decidir com Deus; decida-se por decidir em Deus. Não tome nenhuma decisão, por mais simples que seja, longe de Deus e do Seu direcionamento.

Conquanto lembre-se: A DECISÃO É SUA.

Deus os abençoe! Amém.

Reverendo Arlei C. Gonçalves

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