O grande valor da união
24 de agosto de 2020
Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre”
Salmo 133.1-3
Nestes dias diferenciados que estamos vivendo, nos quais o isolamento social ainda é recomendado e somos advertidos a evitar cumprimentos e abraços por questões de segurança, temos um grande desafio: o que podemos fazer para preservar a nossa unidade como povo de Deus, mesmo não estando todos juntos? Penso que o maior desafio não é rever o conceito de união, mas o de como fortalecer a nossa comunhão nestes dias.
Davi tinha várias experiências que o levaram a escrever o Salmo 133. Ele lamentava o desentendimento entre seus filhos e também a desunião entre as tribos de Israel – atitudes que trouxeram muitas perdas ao povo de Deus. Nesse Salmo, ele nos mostra o incalculável valor da união, que não se resume apenas na ausência de brigas, mas sim, em fazer um esforço para promover o bem do outro. Por isso, ele foge da luta com seu filho e se esforça para trazer a Arca da Aliança para Jerusalém, a fim de unir as tribos do Senhor, como ele diz: “Ali ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre”.
Na cultura hebraica, ao dizer que a união dos irmãos é “bom e agradável”, ele atribui a ela elevadíssimo valor, ao mesmo tempo em que a declara ser uma experiência maravilhosa. Por isso, ele a compara ao perfume do óleo da unção sacerdotal, que era único em Israel (Êx 30.33), e ao orvalho da montanha, cuja ausência deixaria o deserto ainda mais seco e totalmente sem vida.
Nestes dias de isolamento, com recomendações de distanciamento, de encontros com poucos lugares, devemos nos esforçar para preservar a valiosa união que permeia o convívio do povo de Deus. Unir irmãos é mais do que estar juntos; mas é, mesmo estando em lugares diferentes, estarmos conectados ao mesmo lugar, trabalhando pela mesma causa. É torcer e também interceder pelo bem dos que vão e fazem o trabalho acontecer, mas também, quando possível, se dispor a dar-lhes o mesmo alívio. Faz parte do mistério de amar a Cristo amar aos demais irmãos, como diz 1ª João 5.1: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido”.
A Igreja é conhecida por ser a grande família de Deus, que começa com seus filhos ainda nesta terra, e se estende até aos que já se encontram nos céus (Ef 3.15). A ideia é reproduzirmos aqui um pouco do “bom e agradável” que os filhos de Deus já desfrutam lá nos céus.
Hoje, sabemos que o Deus Onipresente, através do Espírito Santo, habita em nós. Pela leitura da Palavra, pela oração e comunhão nos mantemos unidos a Cristo. Essa união acontece quando estamos no templo, mas não somente lá. Em dias modernos, entender o significado do cheiro daquele óleo precioso no templo e daquele orvalho que gera vida no deserto é sermos percebidos em união como irmãos. Essa percepção acontece indo ao lugar da adoração, mas também se conectando a eles, curtindo ou dando um like no que estão fazendo, compartilhando o link com outros irmãos e amigos. Essas atitudes são como exalar o bom perfume da união e compartilhar o mesmo orvalho que gera vida em nós.
Que seja sempre “bom e agradável” a nossa união e, onde quer que estejamos, que ali o Senhor ordene Sua benção e Sua vida, para sempre.
Pastor Edilson Martins