Moeda perdida
19 de julho de 2020

“8 Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la? 9 E, tendo-a achado, reúne as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque achei a dracma que eu tinha perdido. 10 Eu vos afirmo que, de igual modo, há júbilo diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.
Lucas 15:8-10
Esta parábola, juntamente com as que vêm antes e depois, é uma metáfora daquilo que acontece no céu com pecadores que estavam perdidos e foram achados, com aqueles que estavam mortos e foram vivificados pelo Espírito de Deus. Ela relata a alegria que explode nos seres celestiais ao ver que a lista de adoradores aumentou.
Imaginemos um grande evento esportivo, como as olimpíadas ou a copa do mundo, quando, nos últimos segundos de jogo, alguém faz um gol e o estádio se transforma num grande caldeirão de euforia com gritos, socos no ar, palavras como “é campeão” e por longos minutos a multidão não consegue se conter com a grande conquista de seu time. Imagine essa euforia santa no céu quando um pecador cai de joelhos arrependido diante do Rei dos reis. Penso ainda que, em algum momento da história de nossas vidas, o cair de joelhos arrependido foi a grande jogada que balançou os lugares altos e fez a grande miríade dos céus dar brados de alegria e golpear o vento.
Certa vez, o reverendo Augustus Nicodemus contou uma fábula sobre um menino que ganhou de seu pai duas moedas, uma para a oferta na igreja e a outra para o sorvete. Eufórico, o menino segurava firmemente as duas moedas, uma em cada mão. De repente, num tropeção, uma das moedas cai e vai parar dentro de um bueiro. Espantado, o menino diz: “Lá se foi a moeda de Deus!”.
Não tem sido raro encontrar pessoas que foram motivo de festa no céu, agora, preferindo agir de forma indiferente. Vimos na parábola que a moeda é o pecador que foi achado, contudo, em outra, esse mesmo pecador recebe moedas (talentos) para fazê-las render, conforme exposto em Mateus 25:14-30. Um desses servos resolveu enterrar o único talento que recebera.
De fato, nada do que fizermos ou deixarmos de fazer vai tirar o brilho da festa celestial por ocasião do nosso arrependimento, mas, num sentido contrário, muitos têm se negado, ou pelo menos, se encolhido de ser instrumento para engrandecimento do Rei e do seu Reino, ficando em sua mão somente a “moeda do sorvete”, que diz respeito aos nossos interesses, pois, realmente, estamos cansados demais ou ocupados demais para fazer dela a moeda de Deus.
Que achemos a moeda perdida. Que sejamos diligentes em levar pecadores ao arrependimento, da mesma forma que a mulher da parábola, e que sejamos corresponsáveis pela festa que haverá no céu por um pecador arrependido, pois, em algum momento da história, o céu se alegrou por nos ter achado.
Seminarista Ricardo de Souza Gaúna