Deus está sempre presente. Você o vê?
6 de julho de 2020

“No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor”
Isaías 6.1
Ver o Senhor. É o que muitos almejam. Essa expressão e desejo está presente em algumas músicas que cantamos. Mas será isso possível? Segundo o ensino das Escrituras, não com nossos olhos físicos, como imaginamos. Como podem os nossos olhos, que mal conseguem olhar para o sol, contemplar a face do Criador do universo?
Moisés pediu para ver a face de Deus. Ele respondeu: “… homem nenhum verá a minha face e viverá” (Ex 33.20). As expressões de outros servos de Deus que declararam vê-Lo, na verdade, quando vistas mais de perto, revelam apenas o grande privilégio que tiveram em contemplar uma parte, uma porção de Sua Glória. Foi assim com Jacó (Gn 32.22-32) e com Jó (Jo 42.5-6). Nesses, e em todos os casos, esses homens temeram por suas vidas (veja nos textos). O próprio Apóstolo João, ao registrar sua visão de Deus (Apocalipse 4), usa as seguintes expressões para descrevê-Lo “é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônico” e a única parte de Seu corpo que ele declara ter visto foi Sua mão direita (Ap 5.7).
Por que não podemos ver a face de Deus? O espaço aqui é pouco para descrever tudo o que Ele é. Mas, o Apóstolo Paulo, que foi arrebatado até o terceiro céu (2 Co 12.2) nos deixa uma clara resposta citando Seus atributos: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém!” (1Tm 1.17); e acrescenta que Deus é “o único que possui imortalidade, que habita em luz inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A ele honra e poder eterno. Amém!” (1 Tm 6.16). E ainda comenta sobre por que Moisés permaneceu tão firme diante de Faraó: “permaneceu firme como quem vê aquele que é invisível” (Hb 11.27b).
Mas, há uma esperança. João aponta uma forma pela qual nós o veremos: “Ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (Jo 1.18). Sim! É possível vê-Lo na pessoa de Jesus, como Ele mesmo afirmou: “Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14.9b).
O profeta Isaías viu o Senhor num tempo de crise. O rei havia morrido. Um grande rei, que trouxe um tempo de prosperidade e paz para o povo! (2 Cr 26.1-15). O temor invade seu coração. Mas Deus se revela a ele e o faz perceber quem reina de verdade. Homens se vão, mas Deus continua no seu alto e sublime trono; e é dele que vem o nosso sustento e a nossa salvação.
A sua visão foi fantástica. Resultou contrição, confissão, arrependimento, perdão e salvação. O fez perceber quem Deus é de verdade e despertou nele o desejo de servir com gratidão.
Essa é a única e melhor forma de vermos a Deus. Contemplando a sua salvação. Ela nos foi revelada através de Cristo. Ela está em Cristo: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação” (Lc 2.29-30).
Ao entendermos que fomos criados a imagem e semelhança de Deus, aprendemos que Jesus também se encarnou para nos fazer saber que Deus é Espírito, mas, assim como nós, também é uma pessoa.
Ele nos amou para nos dar o exemplo de que devemos também nos amar uns aos outros. Ele se deixou ver como um de nós, para que pudéssemos ver a possibilidade da presença de Deus uns nos outros. Em cada ser humano é possível percebê-Lo e amá-Lo, se olharmos para eles como o mesmo amor que Ele olhou para nós. Existe uma imagem de Deus ali, mais ou menos, desfigurada, mas que precisa ser restaurada.
Infelizmente, é nas adversidades que buscamos mais a Deus. Mas, os que almejam ver, ou sentir, mais de Deus, não precisam esperar por alguma crise ou dificuldade. Podem, agora, e a qualquer momento, desfrutar de Sua doce presença, amando-O e demonstrando amor ao próximo.
Pastor Edilson Martins