O que faz a igreja crescer
14 de junho de 2020
“Entrementes, os que foram dispersos iam por toda parte pregando a palavra.”
Atos 8:4
No texto acima, vemos o episódio da primeira perseguição da recém-nascida Igreja Cristã. Logo após a morte de Estevão, “levantou-se grande perseguição…” e os crentes foram dispersos. Contudo, essa dispersão não lhes deixou mais tímidos ou acuados, pelo contrário. Como fogo se alastrando em palha seca, a boa nova de salvação em Cristo se espalhou por Jerusalém.
Na história do cristianismo, ouvimos de muitos que deram seu sangue e foram martirizados pelas perseguições por causa do fiel testemunho que proferiam e viviam acerca de Jesus Cristo. Havia até aqueles que, embora zelosos em sua fé, estavam confusos em seus atos e se esforçavam na busca pelo próprio sacrifício, como a história de um rapaz chamado Orígenes, na qual sua mãe teve que esconder suas roupas evitando que ele saísse de casa para buscar o martírio.
O fato é que, tanto no texto que lemos quanto na história Cristã, a igreja oprimida e perseguida tornava-se mais forte. A perseguição não era impedimento para o testemunho de proclamação do evangelho. Embora impedidos e perseguidos por um lado, os fiéis avançavam e pregavam por outro. O escritor Tertuliano afirmou: “O sangue dos cristãos é uma semente”. Com isso, ele estava dizendo que o espetáculo de horrores sofrido pelos Cristãos nas arenas romanas funcionou de forma contrária ao que desejavam seus algozes: o sangue derramado pelos fiéis despertava o desejo de testemunhar e também ser fiel nas novas gerações de crentes.
Não estamos vivendo um tempo de perseguição, como nossos primeiros irmãos, mas sim, estamos vivendo um tempo de dispersão. Nossa nova realidade ainda nos impede de congregar e viver as bênçãos de estarmos reunidos como igreja. Embora não precisemos passar pelo martírio, há um certo sofrimento pela alteração da nossa rotina e pela separação das pessoas que tanto amamos. Entretanto, nosso testemunho precisa estar mais vivo do que antes de todo esse caos, nossa fidelidade mais afiada que as circunstâncias que nos cercam e nosso desejo de levar Jesus às pessoas mais aguçado do que a falta de vontade gerada pelo confinamento.
O sangue dos Mártires molhava a igreja e nutria o desejo de avançar com o Evangelho. Contudo, não podemos nos esquecer de que a morte de pecadores, ainda que justos, não é o fundamento da igreja. O sangue que faz a igreja crescer não é o dos mártires, mas daquele que se doou na cruz. O sangue de Jesus é o que nutri a igreja e é a base forte para toda e qualquer circunstância pela qual seus fiéis venham a passar. Por esse sangue, ainda que estejamos dispersos, sejamos testemunhas, como foram nossos primeiros irmãos, pois este é o sangue que faz a igreja crescer.
Seminarista Ricardo de Souza Gaúna
Amém.
Belo texto. Fortalece nossa fé. Nos encoraja a continuar avançado rumo a plenitude do Reino de Deus.