Sequidão de Estio
17 de fevereiro de 2020

“3Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. 4Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” (Salmos 32:3-4)
Nos últimos dias, temos visto os estragos causados pelas chuvas principalmente na região sudeste do País. As notícias que chegam trazem grande comoção pelas perdas de bens e de vidas, mas também ficamos comovidos com as histórias de pessoas que foram resgatadas em meio a todo esse caos.
O oposto disso, a sequidão de estio, é igualmente prejudicial. A diferença é que enquanto a enxurrada causa destruição instantânea arrastando tudo que encontra pela frente, a sequidão age de forma mais velada e, aos poucos, vai minando a vida, a alegria e a disposição do cotidiano. Ela assola os alimentos, as sombras das arvores, torna a vida cansativa e pode até causar incêndios.
O pecado não confessado transforma a vida em sequidão. Davi observa que a consequência do pecado não confessado é sua assolação sem precedentes, fazendo com que até mesmo seu corpo sinta os efeitos desse mal. Ele já não tem as palavras articuladas de uma pessoa, mas os gemidos de um animal ferido. Ele também observa que a causa última de seu sofrimento é a mão do nosso Senhor. O Elohin, o Todo-poderoso, é quem estava pesando sua mão sobre ele. Ele é o Pai que não nos deixa a própria sorte, mas com sua sábia disciplina nos traz de volta ao caminho certo, por isso Davi começa o salmo dizendo: 1Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. 2Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade e em cujo espírito não há dolo”.
Lembremos que estamos diante de um Deus justo e santíssimo, que não pode tolerar o pecado, mas ele também é um pai amoroso que nos conduz ao caminho da retidão e ao confessarmos nossas falhas podemos falar como Davi: “7Tu és o meu esconderijo; tu me preservas da tribulação e me cercas de alegres cantos de livramento.”
Coloquemos para bem longe a secura do nosso vigor. Que estejamos em retidão na presença do nosso Deus, confessando e deixando as nossas iniquidades, exaltando nosso Senhor conforme a convocação do salmista: “11Alegrai-vos no Senhor e regozijai-vos, ó justos; exultai, vós todos que sois retos de coração.”
Seminarista Ricardo de Souza Gaúna