Um olhar fixo em Jesus
1 de fevereiro de 2020
Assim nos motiva o autor da carta aos Hebreus. E, se pensarmos bem, de que outra motivação precisaríamos, se as demais são consequência desta, quando bem definida em nossas vidas. Existem os que fixam sua mente no passado, de lá não saem e estacionam na vida, nos sonhos e nos projetos. Recentemente, ouvi de quem já viveu 93 anos: “Que mais tenho eu para realizar, senão agora descansar”. Bela reflexão de quem pode realmente desfrutar de um passado de trabalho e aprendizado. Em meio a isso, existem os imediatistas que querem tudo, aqui e agora. Se com todos fosse assim, ninguém mais plantaria pés de jabuticaba, uma vez que essa árvore demora, em média, 15 anos para frutificar. Imediatismo, neste caso, não funciona. O passado é bom, quando dele podemos tirar lições que nos ajudam a caminhar mantendo o olhar fixo em Jesus. E queira Deus que o presente nos mantenha firmes nesse objetivo.
Ficar parado, definitivamente, não é uma alternativa. Seguir é preciso. “corramos com paciência a carreira que está proposta diante de nós. Olhando para Jesus” (Hb 12:1b – 2a). Na carta aos filipenses, o Apóstolo nos incentiva a “avançar para as coisas que estão diante de mim” (Fl 3:13b). Poucos perceberam que 2019 passou de maneira rápida e que já se foi o janeiro de 2020. Que coisa, não! O tempo voa. E como devemos nos comportar para não perdermos Jesus de vista? A chegada de 2020 e o começo das nossas atividades geram grandes expectativas, e nessas, mantemos nossas esperanças de um ano cheio de vidas sendo alcançadas pela maravilhosa graça do Evangelho que pode fluir através das nossas vidas. Reavaliar e corrigir os erros se torna uma necessidade à vida; se não for assim, qualquer investimento em acertos e mudanças estão fadados ao fracasso. Se o que passou foi bom ou ruim, ambas as experiências devem servir para acrescentar coisas melhores à nossa vida.
Certamente, em qualquer coisa que nos envolvermos, será exigido de nós muita determinação e alvos nítidos. “Prossigo para o alvo” (Fl 13:14). Nossa espiritualidade precisa ser contextualizada dentro dos planejamentos centrais que envolvem nosso dia a dia e deve estar no centro dos nossos objetivos. E que o evangelismo seja a nossa maior motivação quando temos o olhar fixo em Jesus. Li algo interessante sobre evangelizar que me chamou a atenção. O Sr. João Paulo II tem uma frase fantástica sobre os que se envolvem em disseminar a palavra: “Antes de programar iniciativas concretas, é preciso promover uma espiritualidade de comunhão”. Sou obrigado a concordar, pois vejo na comunhão uma maneira simples e eficaz de ver as pessoas sendo alcançadas pelo evangelho que salva.
Evangelismo exige mais do que apenas teorias e definições subjetivas, pois é a palavra de Deus que, de maneira simples, precisa ser lida e pregada, assim ela vai, de forma suave, alcançar o coração das pessoas e revelar a elas suas realidades. Sem a simplicidade do evangelho e a determinação dos que olham fixos para Jesus, não haverá evangelização. Deus nos livre das muitas apostilas, agendas superlotadas, argumentos coach cheios de motivações e projetos lindos no papel que até podem ter boa intenção de dizer como deve ser feito, mas se não conseguir envolver os irmãos, despertar na igreja a comunhão e envolvimentos, tanto da liderança como de toda membresia, teremos apenas falácia e nada de evangelismo na prática.
É certo que um plano bem elaborado de como alcançar almas é de vital importância e um bom instrumento, mas o que vai nos motivar a conseguir levar ao perdido a mensagem valorosa de Jesus são a determinação e o envolvimento dos que olham fixos para Jesus. Ao agir assim, teremos mais facilidade de fazer chegar até aos mais longínquos e necessitados a mensagem da Cruz. O Evangelho, meus irmãos, é muito mais do que uma reflexão ou uma práxis da Igreja. Se ele não gerar conversão profunda e comunhão eficaz, certamente ele não parte dos que olham fixos para Jesus. Evangelho que não apresenta às pessoas que elas precisam de uma mudança radical em seus corações e nos seus mais variados estilos de vida, pode ser qualquer coisa, menos a mensagem transformadora da boa nova da salvação.
Nossa participação no Reino envolve um planejamento que junte todos. Uma graduação progressiva, que precisa acontecer não por princípios transitórios, mas de maneira gradual e contínua. Isso exige deixar os nossos interesses pessoais em segundo plano e pensar primeiramente no próximo. Pode parecer difícil, num primeiro momento, mas, a meus olhos, é muito fácil para aqueles que têm o seu olhar fixo em Jesus.
Tudo começa com oração!
Reverendo Arlei C. Gonçalves