Honras somente a Deus
24 de outubro de 2019

1 Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da tua fidelidade. 2 Por que diriam as nações: Onde está o Deus deles? 3 No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. 4 Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens…” (Salmo 115).
Pode parecer estranha essa redundância do salmista em relembrar parte da lei de Deus contida no capítulo 20 do livro de Êxodo. Afinal todo israelita conhecia bem o Pentateuco e também os dez mandamentos. Contudo, não é sem razão que o autor procura trazer à memória tais entendimentos. O fato é que os cinco primeiros livros das Sagradas Escrituras são a base para todo o ensinamento e entendimento contido nos demais livros do cânon. Aliás, ao segurarmos as páginas de nossa bíblia, que vão de Gênesis a Deuteronômio, veremos que os livros subsequentes possuem muito mais páginas, nos causando a sensação de que a repetição da Lei de Deus precisou ecoar por milhares de anos, reforçando a ideia de que precisamos constantemente voltar aos ensinos mais básicos da fé.
No salmo 115, o autor aponta para dois itens da Lei que facilmente nos esquecemos:
1. Não a nós Senhor. Fingimos glorificar a Deus quando, na verdade, buscamos o nosso próprio reconhecimento. Cantamos, dizemos palavras “próprias” de um cristão e até ajudamos pessoas, de vez em quando, vamos ao culto, levantamos nossas mãos e abrimos nossa boca, mas nosso coração está cheio de vaidades e desejos egoístas.
No fundo queremos ser reconhecidos por nossos esforços e boa obras. Agir dessa forma causa indignação em Deus conforme Deus nos alerta através do profeta Isaías (1:13): “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene”.
2. Prata e ouro são os ídolos deles. Por vezes, nos comportamos como as nações que não conhecem a Deus e depositamos nossa confiança em coisas perecíveis, nos esquecendo de que “No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada”. Confiamos em carros, em sistemas, em métodos e em pessoas para cuidar de nossas necessidades diárias e por vezes, já com os olhos vendados e com a mente cauterizada, não sabemos responder à pergunta: “Onde está o Deus deles?”. Agir dessa forma traz a ira de Deus, de acordo com o mesmo profeta (31:1): “Ai dos que descem ao Egito em busca de socorro e se estribam em cavalos; que confiam em carros, porque são muitos, e em cavaleiros, porque são mui fortes, mas não atentam para o Santo de Israel, nem buscam ao SENHOR!”.
Que sejamos como o salmista, que reconheceu que Deus está no céu e faz tudo como lhe agrada; que confiou somente no Senhor e rendeu glória somente a Deus.
Seminarista Ricardo de Souza Gaúna